25 de junho de 2016 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Dos primeiros bólidos de competição aos moderníssimos veículos 100% elétricos, passando pelos carros dos títulos de Fernando Alonso, a fabricante francesa domina a cena no festival inglês.
A Renault está exibindo uma coleção de modelos de competição, carros recordistas e veículos de produção em série, além de três modelos apresentados ao público em estreias mundiais e nacionais, na edição 2016 do Festival de Velocidade de Goodwood, na Inglaterra.
O espetáculo está sendo garantido pelos bólidos Renault que participam da famosa subida de montanha de Goodwood, incluindo o Tipo AK, o Nervasport detentor de vários recordes, um Sport R.S. 01 e monopostos históricos da F-1, como o que deu o título mundial para o espanhol Fernando Alonso, em 2006.
A coleção histórica, retratando a grande aventura da Renault e seu desejo de promover o uso das tecnologias aplicadas na F-1, será marcada por uma sucessão de monopostos com motor turbo dos anos 70 e 80. Em paralelo a esses desenvolvimentos nas competições, o novo carro-conceito Clio R.S. 16 – compacto urbano de 275 cavalos concebido pela Renault Sport – será apresentado em estreia nacional. Outros modelos também estão sendo mostrados, como o Twingo GT, em estreia mundial, a Mégane Estate – perua elegante e imponente em sua versão GT – e o novo Scénic – traz uma nova pegada para o segmento de monovolumes.
Renault Tipo AK – 1906 É a primeira máquina a vencer um Grande Prêmio. Organizada em Le Mans em 1906, no circuito da região francesa de Sarthe e com um percurso de 103,18 quilômetros, a prova foi disputada em estradas essencialmente asfaltadas, nas quais cada participante tinha de dar uma largada a cada 90 segundos, seis vezes por dia. O GP se estendia por dois dias, e a distância total percorrida era de 1,23 mil quilômetros. A Renault participou da prova com três modelos Tipo AK, equipados com motor de 13 litros e 90 cavalos, capazes de chegar a 150 km/h, muito alta para a época. O número 3A era pilotado por Ferenc Szisz. O primeiro dia terminou com a vitória de Szisz. Apenas 17 carros conseguiram fazer a largada na segunda etapa. Szisz liderou todas as voltas sem maiores incidentes, dominando a rodada e vencendo a prova em 12h14min, com 32 minutos de vantagem sobre o segundo classificado.
Renault 40 CV Montlhéry – 1925 Nos anos 20, toda montadora de respeito tinha de participar de corridas de recordes, uma moda motivada pela construção de circuitos de velocidade. Na França, Montlhéry foi construído em 1924, tornando-se palco de enfrentamentos com uma grande profusão de cronômetros. A Renault estava presente na corrida de velocidade e, para participar dos combates, a marca entrou com seu cavalo de batalha, o 40 CV com um enorme motor de 9,1 litros. Em 1926, Plessier e Garfield, os engenheiros responsáveis pela operação, lançaram um 40 CV bastante aerodinâmico, com carroceria tipo monoposto e um radiador montado atrás do motor. O carro quebrou os recordes de 50 milhas a 190,013 km/h e de 24 horas a uma média de 173,649 km/h. Durante essa tentativa, o 40 CV quebrou uma série de outros recordes, entre os quais os de 1.000 e 2.000 milhas e os de 2.000, 3.000 e 4.000 quilômetros. O carro que participará da corrida de montanha é uma réplica fiel do modelo dos recordes, construído nos anos 70.
Nervasport, o carro dos recordes de velocidade – 1934 Versão especial do luxuoso sedã Nervastella, o Nervasport se destacava por suas performances e pela capacidade de quebrar recordes de endurance. Era propulsionado pela segunda geração do motor de 8 cilindros em linha da Renault, cuja concepção havia sido influenciada pelo desenvolvimento da aviação. Com esse motor, uma série de Nerva quebrou vários recordes na Europa e na África. Mas o mais belo trunfo do Nervasport ocorreu no circuito de Montlhéry, em abril de 1934. Concebida por Marcel Riffard, uma versão monoposto com carroceria fechada quebrou ainda mais recordes. O objetivo inicial era de atingir 6.300 quilômetros em dois dias a uma velocidade média superior a 132 km/h. No dia 5 de abril, após 48 horas, 3 minutos e 14 segundos, o Nervasport cruzou a linha de chegada quebrando nove recordes internacionais, como as 48 horas para cobrir 8.037 quilômetros a uma velocidade média de 167,445 km/h.
Estrela Cadente – 1956 É um apelido ao mesmo tempo romântico e apropriado para este batedor de recordes. É fruto da inspiração de Joseph Szydlowski, especialista em motores com turbina. O fundador da Turboméca queria conscientizar o grande público sobre a legitimidade dessa tecnologia, influenciada pela aviação.
Pierre Lefaucheux, então presidente da Renault em Boulogne-Billancourt, comprou a ideia e incumbiu a produção de um carro experimental a três profissionais experientes: Fernand Picard, diretor de projetos, Albert Lory, engenheiro de motores excepcionais, e Jean Hébert, engenheiro e piloto. Em torno de uma turbina de 270 cavalos, assim nasceu a Estrela Cadente, com estrutura tubular revestida de poliéster, cujos contornos foram projetados durante dois anos de testes em túnel de vento. Em 5 de setembro de 1956, o som da turbina ressoou no lago salgado de Bonneville, nos EUA. Alguns instantes mais tarde, um recorde era batido: 306,9 km/h em um quilômetro, 308,85 km/h em 5 quilômetros.
Renault F1 A500 – 1976 Os primeiros passos da Renault na F-1 foram bem calculados. Tudo começou com um trabalho de desenvolvimento em um motor de competição derivado do V6 do Renault 30. O resultado foi o V6 Renault-Elf-Gordini, que tinha um desempenho espetacular tanto nas ruas quanto na F-2. Graças a esses sucessos, o motor de F-1 começou a tomar forma. Na época, a regulamentação oferecia duas possibilidades: um motor de 3 litros aspirado ou 1,5 litro turbo. A experiência adquirida pela Renault nos turbos levou a equipe a escolher a segunda solução, e o primeiro motor desenvolvido já chegou perto dos 500 cavalos.
Inicialmente integrado em um protótipo Alpine-Renault, o motor foi montado posteriormente em um bólido pilotado por Jean-Pierre Jabouille, em março de 1976. Conhecido como experimental A500, o modelo foi apresentado à imprensa em abril. Três meses mais tarde, o novo presidente da Renault, Bernard Hanon, dava sinal verde para a criação de uma equipe de competição, dando a largada em um novo capítulo na história da marca.
Renault F1 RS 01 – 1977 No início dos anos 70, a Renault Gordini – com o apoio financeiro da empresa petrolífera Elf – lançou um programa de pesquisas em torno de um motor de alta performance. Um V6 turbo foi desenvolvido e utilizado em um protótipo da Renault-Alpine, antes de propulsionar o primeiro F-1 da Renault. Após a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1978 com o A442B, a equipe Renault Sport se concentrou na F-1. Em 1977, o monoposto RS 01 foi o primeiro Renault a participar de um GP com um motor turbo de 1,5 litro.
Renault F1 RS 10 – 1979 Foi o primeiro carro de Fórmula-1 com motor turbo a vencer um GP. A vitória foi conquistada dois anos após o início da Renault na categoria, no GP da Inglaterra de 1977. Enquanto que todos os outros monopostos eram propulsionados por motores de 3 litros aspirados, a Renault havia escolhido um propulsor de 1,5 litro superalimentado, mais leve, mas mais difícil de garantir a confiabilidade.
Foram necessários dois anos para que os engenheiros da Renault Sport solucionassem os problemas. Mas o comprometimento foi recompensado em julho de 1979, no GP da França, em Dijon-Prenois. Jabouille venceu e René Arnoux ficou em terceiro lugar com o chassi RS 12, na célebre prova em que Arnoux e Gilles Villeneuve, com uma Ferrari, travaram um intenso duelo nas últimas voltas da corrida.
Renault F1 R25 – campeã de 2005 Em 2005, a Equipe Renault de F-11 visava oficialmente o título mundial. E tudo foi feito para atingir esse objetivo, com o retorno de Giancarlo Fisichella ao lado de Alonso. O novo monoposto contava com uma aerodinâmica otimizada, uma suspensão dianteira inovadora e um motor V10 3,5 litros de 800 cavalos, capaz de enfrentar dois GPs seguidos sem ser substituído. Apesar da pressão de Michael Schumacher e da Ferrari, além de Kimi Raikkonen e Juan-Pablo Montoya na McLaren Mercedes, Alonso se consagrou campeão com sete vitórias, oito pódios e seis poles positions. A Renault também conquistou o título mundial com oito vitórias e 10 pódios.
Renault F1 R26 – campeã de 2006 A Renault tinha como meta reeditar as façanhas de 2005 de Alonso e seu R25, tendo em vista a nova regulamentação que impunha um motor V8. E a equipe francesa chegou ao bicampeonato seguido, novamente com o pilotos espanhol, além da conquista de construtores.
Renault R.S. 16 – F-1 2016 Em 2016, a fabricante francesa cria uma nova equipe, a Renault Sport Racing, para agrupar todas as operações de competição da marca. O carro da Renault F1 é um chassi R.S. 16, desenvolvido e construído pela antiga Equipe Renault de F1 baseada em Enstone e propulsionado pelo motor RE16, montado na fábrica da Renault Sport Racing de Viry-Châtillon. O inglês Jolyon Palmer entra para a equipe ao lado de Kevin Magnussen. Palmer estará presente ao volante do R.S. 16 na famosa corrida de montanha de Goodwood.
Renault e.dams Z.E. – 2016 A Renault se lança na Fórmula-E desde o início da competição 100% elétrica da FIA em 2014.
Renault Sport R.S.01 – 2015 A Renault reafirma sua paixão pelo automobilismo esportivo com o Renault Sport R.S. 01, um carro de corrida com design e performances excepcionais. Propulsionado por um motor V6 de 3.8 biturbo de 550 cavalos, o Sport R.S. 01 concentra o melhor da expertise da Renault Sport.
Renault 5 Maxi Turbo – 1985 Em meados dos anos 70, a carreira do Alpine-Renault A110 chega ao fim. Lancia, a grande rival da Renault, domina a cena com seu Stratos com motor central. A resposta da Renault para esse supercarro motorizado pela Ferrari é um pequeno compacto urbano. O Renault 5 tem motor 1.4 superalimentado de 162 cavalos. Marcou sua primeira vitória no Rali de Monte Carlo de 1981.
Clio R.S.16 – 2016 O carro-conceito Clio R.S.16 tem 275 cavalos, associado à transmissão manual de seis velocidades, suspensão, freios e o sistema de resfriamento do Mégane R.S. 275 Trophy-R.
Twingo GT – 2017 O Twingo GT é apresentado em estreia mundial durante o Festival de Velocidade de Goodwood. Seu motor TCe Energy de 898 cm3 tem sua potência levada a 110 cavalos.
Novo Mégane Estate GT – 2017 O Novo Mégane Estate faz sua primeira aparição no Reino Unido no Festival de Velocidade com um design que alia elegância e dinamismo.
Novo Scénic – 2017 Após a criação do conceito de monovolume compacto na Europa, a Renault revela o novo Scénic no Festival de Goodwood. O novo Scénic é precedido por três gerações que tiveram 5 milhões de exemplares vendidos em 20 anos.
Clio R.S. 220 Trophy EDC Nova evolução da linhagem dos Clio R.S., o Clio R.S. 220 Trophy EDC apresenta um motor de 220 cavalos. É também é equipado com o sistema start/stop.
Captur – 2016 Espaçoso, versátil e diferenciado, o sofisticadíssimo Captur já é um sucesso no mercado de crossovers urbanos, que apresenta forte crescimento. O Captur tem motor a Diesel Energy dCi 90 que consome 3,6 litros/100 km para emissões de CO2 de 85 g/km.
Kadjar – 2016 Associando os universos SUV, sedã e perua, o crossover Kadjar é robusto, elegante, atlético e muito eficiente. O Kadjar tem motores a gasolina TCe e diesel dCi, com economia de combustível, e as emissões de CO2 atingem respectivamente 3,8 litros/100 km e 99 gramas/km.
Twizy – 2016 O Twizy quebra paradigmas no universo dos veículos elétricos. Com dois lugares alinhados um atrás do outro, tem agilidade, performance, dimensões reduzidas, comportamento e estilo que fazem do carro a mais prática e ousada máquina urbana. O Twizy também está disponível na versão Cargo, com um porta-malas de 180 litros que substitui o banco do passageiro.
ZOE – 2016 É um compacto urbano de cinco portas 100% elétrico. O motor elétrico de 65 kW (88 cavalos) permite acelerações e retomadas vigorosas e uma velocidade de 135 km/h.
Todos esses modelos estão no Festival de Goodwood deste ano.