02 de agosto de 2017 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Para desenvolver os equipamentos de sua futura geração de veículos elétricos, a Ford se associou a uma equipe multifuncional, incluindo o Laboratório de Baterias da Universidade de Michigan, nos EUA. Os resultados já começam a surgir.
A Ford criou uma equipe multifuncional para desenvolver as baterias de sua futura geração de veículos elétricos, e já começa a colher os frutos, com 15 invenções e oito registros de patentes associadas a essas pesquisas. Os projetos têm como foco aprimorar a segurança, a funcionalidade e a eficiência das baterias que devem entrar em produção nos próximos cinco a 10 anos – período em que os veículos elétricos devem ganhar crescente participação no mercado.
A fabricante norte-americana foi pioneira nessa área com o Escape 2005, primeiro híbrido nos EUA, e planeja lançar 13 veículos elétricos nos próximos cinco anos, incluindo híbridos (com motor a combustão associado a um ou mais elétrico), híbridos plug-in e modelos totalmente elétricos.
Normalmente, colocar um novo projeto de bateria em produção envolve uma década de trabalho. A reunião de especialistas de diferentes áreas é uma das estratégias da Ford para acelerar esse desenvolvimento. Mohan Karulkar, especialista em engenharia química, Brian Robert, engenheiro de eletrônica de motores, e o físico Andy Drews são um exemplo desse time de inovação.
A equipe já gerou três ideias fundamentais, incluindo células com sensores de temperatura integrados, uma estrutura multifuncional para as células da bateria e uma interface de célula com recursos integrados. Esses princípios têm um efeito multiplicador, gerando mais ideias que resultaram em trabalhos de propriedade intelectual. Além de inventar equipamentos para colocar em um veículo, a proposta é desenvolver novas abordagens.
- Buscamos criar projetos que melhorem a eficiência, a funcionalidade e aspectos de segurança da célula - destaca Karulkar.
Laboratório de baterias
Outra estratégia que vem dando resultado é a parceria com o Laboratório de Baterias da Universidade de Michigan, nos EUA. A Ford ajudou a projetar e financiar essa instalação, reunindo o melhor de dois mundos: equipamentos de produção de alta qualidade em uma plataforma em pequena escala.
Desenvolver estes projetos diretamente com os fabricantes de baterias seria um desafio, pois essas empresas trabalham com estruturas de produção de alto volume que não permitem testes individuais de células. O laboratório da Universidade de Michigan conta com as mesmas ferramentas usadas na produção comercial de baterias, mas permite testar mudanças no meio da montagem.
O objetivo da Ford é avançar nas ideias com maior potencial de produção e montar um portfólio de patentes para atrair os fabricantes de baterias a investirem nos novos produtos. Um exemplo de sucesso dessa parceria é um dispositivo inovador de segurança desenvolvido em 2012 para reduzir o risco de incêndio. Adotado por um fornecedor, tornou-se um de seus principais diferenciais de vendas.