27 de junho de 2016 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Moldes de cotas entre os dois países vizinhos continuará até julho de 2020, devendo se transformar depois em livre comércio, um desejo dos brasileiros.
Como já era esperado, o Brasil e a Argentina confirmaram no fim de semana a renovação do acordo automotivo entre os dois países vizinhos por mais quatro anos, no mesmo molde do atual, chamado de Flex, que venceria na próxima quinta-feira.
O acordo renovado prevê uma agenda de trabalho com foco na integração industrial e comercial para possibilitar o livre comércio (sem taxas alfandegárias) entre os dois mercados a partir de julho de 2020. O livre comércio era desejado pelo Brasil desde a retomada das negociações neste ano. No entanto, a Argentina decidiu conduzir as conversas visando a permanência do regime de cotas, como é o acordo brasileiro com os mexicanos. Atualmente, Brasil e Argentina podem exportar até US$ 1,50, entre si, em veículos e autopeças para cada dólar que importam do país vizinho sem cobrança de imposto de importação. Se forem alcançadas as condições de uma maior integração produtiva e comercial, o valor passa a ser de US$ 1,7, após prévia negociação entre os dois países. - Um acordo com horizonte de médio e longo prazo é fundamental para dar mais previsibilidade ao planejamento e segurança na definição de investimentos. Avalio de forma muito positiva a conclusão das negociações pelos governos, que demonstraram equilíbrio e maturidade ao enxergar a relação de complementariedade produtiva entre os países e prever agenda de trabalho visando ao livre comércio – disse em nota Antonio Megale, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a renovação do acordo automotivo com a Argentina "é uma grande vitória para a indústria nacional".