07 de maio de 2017 - por Gabriel Dias e Daniel Dias
A Chevrolet acerta em cheio na nova geração do Cruze, tanto no visual quanto na motorização turbinada e na tecnologia. Na segunda geração, o modelo da fabricante norte-americana finalmente ganha status de legítimo esportivo.
O Cruze chegou ao Brasil em setembro de 2011 para substituir o Vectra e desafiar os concorrentes Citroën C4 Lounge, Fiat Linea, Ford Focus, Honda Civic, Hyundai Elantra, Peugeot 408, Renault Fluence, Toyota Corolla e Volkswagen Jetta. Em abril do ano seguinte, recebeu a versão hatch, a Sport6, retirando o Vectra GT de ação e encarando seus principais rivais, o Ford Focus e o VW Golf.
O modelo da fabricante norte-americana é produzido em São Caetano do Sul (SP) e é oferecido nas versões LT e LTZ (completa), equipado com a nova motorização 1.4 turbo, fazendo mais sentido à grafia Sport6. Com o propulsor antigo, o carro só tinha pose de esportivo.
A versão testada por Dias ao Volante foi a LTZ, top de linha, equipada com o motor 1.4 Ecotec turbo de 150 cavalos (gasolina) e 153 cavalos (etanol), permitindo uma velocidade final de 214 km/h. O propulsor trabalha em conjunto com a transmissão (GF6 de nova geração) automática de seis velocidades, ficando como opcional o modo sequencial na alavanca do câmbio.
No teste, o Cruze Sport6 registrou um ótimo desempenho para os seus 1,33 mil quilos, acelerando de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos. Quanto ao consumo, as informações coletadas foram de 11,5 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada. No entanto, foi feito um teste percorrendo trecho na estrada a uma velocidade contínua de 100 km/h, com ótimo marca de 20,4 km/l.
A dirigibilidade e a segurança na condução do Cruze estão ainda mais confiáveis com a nova configuração da suspensão, tanto em asfalto plano quanto em piso mais instável. O carro está sempre equilibrado e na mão do condutor, dando prazer na pilotagem.
Um dos pontos altos do modelo está no seu novo e diferente design, sempre atraindo olhares por onde passou, encantando os consumidores e trazendo mais luxo e esportividade. O Sport6 2017 não tem nada da linha anterior. Felizmente, foi deixado de lado o estilo conservador para vestir modernidade e brigar diretamente com os rivais já evoluídos, em beleza e desempenho. A cor do exemplar do teste - um item sempre importante na hora da decisão de compra -, Vermelha Edible Berries Metálica, se encaixou perfeitamente ao modelo.
A dianteira do novo Sport6 traz o remodelado para-choque com grade superior se unindo aos faróis com LEDs diurnos. Na traseira, o para-choque ganhou refletores, enquanto as lanternas ficaram mais atraentes. Mas poderiam também ter recebido luzes de LEDs.
O hatch médio esportivo está 80 milímetros menor, com 15 milímetros a mais de entre-eixos, 17 milímetros mais alto e sete milímetros mais largo. A estrutura da nova geração foi aliviada em quase cem quilos pelo uso de aços especiais capazes de entregar mais resistência com menos material nas colunas A e B (as da frente e as do meio) e no assoalho, além da melhor distribuição de peso, como a recolocação da bateria no porta-malas.
O acabamento interno foi totalmente modificado, chamando a atenção para os detalhes refinados na costura do couro no painel principal, de ótimo gosto, e no bom espaço. Os bancos de couro em forma de concha oferecem total conforto para os ocupantes dos assentos dianteiros – o motorista tem ainda ajuste elétrico no assento e regulagem de altura e profundidade do volante.
Os comandos no painel central trazem sofisticação do modelo, junto à nova geração da central multimídia MyLink 2 (lançada no sedã médio-compacto Cobalt) com tela de oito polegadas, compatível com Android Auto e Apple Car Play. O redesenhado e atraente volante recebeu novos botões ao estilo videogame, com a parte direita dedicada às informações do menu no painel de instrumentos, comando de voz e atendimento do celular. Do lado esquerdo, manteve o controle do piloto automático, acrescentando o botão de alerta de colisão frontal.
Os comandos de volume e troca de estações do rádio foram reposicionados para a parte de trás do volante, como se fossem as borboletas de troca de marchas. O computador de bordo é repleto de informações como consumo, economia e distância para o veículo à frente. O porta-malas comporta até 290 litros e o tanque de combustível, 52 litros.
Em questão de segurança, a versão traz duplo airbag frontal, laterais e de cortina, sistema de freio a discos, sendo ventilados nos dianteiros e sólidos nos traseiros, com ABS e EBD, controles de tração (TCS), estabilidade (ESC) e frenagem de urgência (PBA), alerta de colisão frontal e auxílio no volante na mudança involuntária de faixa – a direção se corrige mantendo o veículo dentro da linha da estrada. Outra comodidade e tecnologia que o Cruze disponibiliza é o controle automático de estacionamento, no qual o motorista precisa apenas observar as informações fornecidas pelo dispositivo do carro. A ação da direção fica por conta do sistema. O modelo conta também com sinalizadores localizados nos retrovisores externos de observação sobre veículos que possam estar nos pontos cegos.
A montadora oferece como item de série para esse modelo o OnStar. O sistema traz uma ampla gama de serviços de conectividade, informações, segurança e emergência. O funcionamento do OnStar é todo controlado por meio de três botões localizados no retrovisor interno – o da esquerda, para atender às ligações da Central, o do meio, para iniciar o contato com a Central, e o da direita, para emergências.
Todas as ligações são feitas por um chip próprio instalado na base do espelho. De acordo com a fabricante, a operadora escolhida é a Claro por entender que a empresa tem a melhor abrangência em território nacional. Entretanto, trata-se de uma linha telefônica, e falhas no sinal podem ocorrer, como em túneis. O atendimento da Central é muito prestativo e atencioso, passando boas informações para o condutor.
Além do espelhamento de seu aparelho, o usuário tem a disponibilidade de um aplicativo de smartphone para acessar às funcionalidades, incluindo o travamento e a liberação das portas.
A chave computadorizada é outro item interessante. O motorista consegue abrir e fechar os vidros à distância e acionar remotamente a ignição, climatizando o interior antes de entrar no veículo. Os dispositivos foram testados e aprovados.
Falando ainda em segurança, o OnStar oferece assistência na recuperação em caso de roubo, sensores de arrombamento e alerta à Central, que entra em contato com o proprietário para verificações e dar sequência à operação de busca. Se o veículo for levado pelos criminosos, é possível observar seu deslocamento via satélite. E pode ser enviado um comando remoto de redução gradual de velocidade ou até para o bloqueio total do motor.
O carro da Chevrolet esbanja em agressividade no design, na tecnologia e no desempenho. Nas imagens abaixo, é possível de se acompanhar a comparação entre o modelo antigo e o atual.
Algumas sugestões que o novo Cruze Sport6 poderia ter: regulagem de altura nos cintos de segurança dianteiros, pisca-alerta nos retrovisores, ar-condicionado dual zone e faróis xenônio para combinar com os LEDs diurnos.
A versão é oferecida a partir de R$ 103,99 mil, podendo chegar a R$ 113,99 mil. A LT parte de R$ 91,89 mil.
As fotos desta reportagem foram feitas na antiga fábrica da Olaria Habitasul, em Triunfo (RS), uma bela cidade de se visitar, repleta de recordações. Dias ao Volante foi recepcionado pelo seu Geraldo, que contou muitas histórias de seus 35 anos de empresa, 24 na ativa e 11 zelando o lugar. Entre tantos causos, um bem marcante: a visita da Princesa Isabel, no final do Século 19. A mãe da libertação dos escravos no Brasil passou uma noite em uma das casas do terreno.
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, 16 válvulas, 1.4 turbo Ecotec
Potência: 150 cavalos (gasolina) e 153 (etanol)
Transmissão: automática de seis marchas, com opcional sequencial
Direção: elétrica progressiva
Suspensão: dianteira tipo McPherson com barra estabilizadora ligada a hastes tensoras e molas helicoidais com carga lateral, roda independente e traseira com eixo de torção, roda semi-independente e molas helicoidal – constante elástica linear.
Freios: quatro discos, sendo ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS (Anti-block Braking System), EBD (Electronic Brake Distribution), PBA (frenagem de urgência) e os controles TCS e ESC (tração e estabilidade, respectivamente).