15 de outubro de 2016 - por Gabriel Dias e Daniel Dias
O novo sedã compacto da Chevrolet nada tem a ver com o antigo modelo derivado do Celta. O bom nome passou para o carro surgido a partir do Onix, o campeão de vendas no país. Reestilizado neste ano, a exemplo de seu irmão de fábrica, o veículo impressiona por onde passa.
O gaúcho Prisma foi lançado no segundo semestre de 2006, derivado do Celta. A segunda geração do sedã compacto, no entanto, não chegou a vir, desaparecendo na esteira de seu irmão hatch.
Com a vinda do Onix, em 2013, a General Motors resolveu passar o bom nome Prisma para a configuração sedã do novo modelo surgido no Complexo de Gravataí (RS), atualmente, líder absoluto de vendas no país. O novo Prisma, portanto, é o irmão sedã do campeão Onix. Seus concorrentes diretos são o Fiat Grand Siena, o Volkswagen Voyage, o Ford Ka+, o Renault Logan, o Hyundai HB20S e o Toyota Etios sedã.
O Prisma é oferecido nas versões LT (a partir de R$ 53,69 mil) e LTZ (top de linha, a partir de R$ 58,69 mil), equipadas sempre com o motor 1.4.
A versão testada por Dias ao Volante foi a LTZ, empurrada pelo ótimo 1.4 SPE/4 ECO de 98 cavalos (gasolina) e 106 cavalos (etanol), que permite aceleração de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos e pode atingir 180 km/h, conforme a montadora. Para completar o conjunto, a boa transmissão automática (GF6) de seis velocidades, podendo ser comandada pelo motorista no modo sequencial em botões localizados na alavanca do câmbio.
As mudanças na motorização são pouco perceptíveis na condução. Porém, a nova geração SPE/4 recebeu pistões, anéis e bielas redesenhados para ficarem mais leves e utilizar o óleo 0W20 com o objetivo de reduzir o atrito. Novos sistemas de arrefecimento e gerenciamento elétrico aliviaram a perda de energia do motor, além de o módulo eletrônico ter ficado 40% mais potente. A potência permaneceu a mesma, mas com mais eficiência e menos consumo.
O registrado nos testes foi bem satisfatório, sendo 12,9 km/l na cidade e 17,4 km/l na estrada (a uma velocidade de 100 km/h). Forçando um pouco mais, a média cai para 15,9 km/l. Mesmo assim, são boas marcas.
A dirigibilidade do novo Prisma está mais confortável e segura. A recalibragem da suspensão, levemente mais baixa e oferecendo mais estabilidade, permitiu um bom comportamento nas variações de piso mantendo o veículo equilibrado tanto em curvas quanto ao necessitar de frenagens bruscas. É um bom carro para encarar o dia a dia das idas e vindas na cidade e com espaço e conforto para um passeio, ou mesmo viagens, com a família. Para ajudar a vida do motorista, a regulagem do banco deveria ser maior, permitindo, assim, deixar o assento mais baixo.
O modelo fabricado em território gaúcho traz como grande destaque o seu novo visual herdado do Onix. Com grades mais afiladas, LEDs tomaram o lugar das lanternas ao estilo luzes diurnas. Ganharam novo desenho o para-choque, farol e capô. Na traseira, as mudanças ficaram nos remodelados para-choque e nas lanternas. A tampa do porta-malas recebeu uma saliência na parte superior, podendo até passar por um comportado aerofólio. As novas rodas têm aro 15 polegadas. Nas imagens a baixo, o leitor pode observar a comparação entre as duas versões do sedã da Chevrolet.
A linha 2017 do Prisma está muito bonita, se destacando ao percorrer as ruas, com diversas pessoas elogiando a nova identidade visual da marca. A GM entrou de vez na era da modernidade com todos os seus modelos, ficando apenas a Spin um pouco para traz. Entretanto, a nova geração da minivan é esperada para o próximo ano.
O acabamento interno do novo Prisma conta com algumas pequenas mudanças em relação à versão antes da reestilização, ocorrida neste ano, no sedã e no hatch, como botões de acionamento do ar-condicionado e exaustor integrando os comandos de temperatura e posição da ventilação e aplicação do volante deixando de ser prateada para tomar tom Black piano (as molduras das saídas de ar poderiam acompanhar essa alteração, assim como as maçanetas internas). O revestimento dos bancos ficou mais atraente.
Os comandos do controlador de velocidade, do som e do atendimento do celular são ligados ao MyLink – multimídia com tela de sete polegadas touchscreen com exclusivos botões de acesso – e são localizados no volante. O porta-malas comporta até 500 litros, sendo um dos maiores entre os sedãs compactos ou até médios. Em questão de segurança, o Prisma traz duplo airbag frontal e freios com ABS e EBD.
A montadora oferece o OnStar como cortesia por 12 meses. O sistema traz ampla gama de serviços de conectividade, informações, segurança e emergência. O funcionamento é todo controlado por três botões localizados no retrovisor – sendo o da esquerda para atender às ligações da Central, o do meio, para iniciar o contato com a Central e o da direita, para emergências. Todas as ligações são feitas por meio de um chip próprio instalado na base do espelho.
De acordo com a fabricante, a operadora escolhida é a Claro, por ter a melhor abrangência em território nacional. Além dos botões no espelho, o usuário tem a disponibilidade de um aplicativo para seu smartphone para acessar às funcionalidades, incluindo o fechamento e o destravamento das portas.
O serviço foi testado e aprovado. Entretanto, trata-se de uma linha telefônica, e falhas no sinal podem ocorrer, como, por exemplo, quando se passa em túneis. O atendimento é muito prestativo e atencioso, passando boas informações para o condutor.
Quanto à segurança, o sistema oferece assistência na recuperação em caso de roubo, sensores para casos de arrombamento e alerta à Central, que entra em contato com o proprietário para verificação do fato e dar sequência na operação de busca. Se o veículo for levado, é possível observar seu deslocamento via satélite e enviar um comando remoto de redução gradual de velocidade ou até o bloqueio total do motor, para facilitar a sua recuperação pela polícia.
FICHA TÉCNICA
Motor:dianteiro,1.4 8V
Potência:98 cavalos (gasolina) e 106 (etanol)
Transmissão:automática de seis velocidades, com sequencial
Direção:elétrica progressiva
Suspensão:dianteira tipo McPherson com barra estabilizadora ligada a hastes tensoras e molas helicoidais com carga lateral linear, roda independente, amortecedor telescópico pressurizado estrutural e traseira com eixo de torção sem barra estabilizadora, roda semi-independente e molas helicoidal com constante elástica linear, amortecedor telescópico pressurizado
Freios:a disco ventilado na dianteira e a tambor na traseira, com ABS (Anti-block Braking System), EBD (Electronic Brake Distribution)