24 de setembro de 2016 - por Gabriel Dias e Daniel Dias
A General Motors do Brasil traz a linha 2017 da Spin sem alteração no visual, mas com novos recursos visando à melhoria de desempenho e consumo. A minivan da Chevrolet produzida em São Caetano esbanja conforto, espaço, segurança e estabilidade, com agradável dirigibilidade.
A Chevrolet apresentou a Spin para o mercado brasileiro em 2012, durante o Salão de São Paulo. A minivan veio com o objetivo de substituir a Meriva de cinco lugares e a Zafira de sete. Para isso, oferece duas versões: a LT (cinco lugares, partindo de R$ 56,85 mil) e a LTZ (sete lugares, a R$ 65,99 mil). Em 2014, a General Motors lançou a versão aventureira, a Activ.
O modelo produzido no Complexo de São Caetano do Sul (SP) atualmente não tem concorrente entre as tradicionais marcas instaladas no Brasil.
Dias ao Volante avaliou a aventureira da linha 2017, equipada com o atualizado motor 1.8 (SPE/4, anteriormente, tinha a nomenclatura EconoFlex) de 106 cavalos de potência com gasolina e 111 cavalos com etanol (evolução dos 108 cavalos da versão anterior). O propulsor recebeu novo coletor de admissão, módulo de gerenciamento do motor com maior capacidade de processamento, bobinas de ignição independentes para cada cilindro, óleo mais fino, anéis de pistões de baixo atrito e redução de massa na ordem de 12% em pistões e bielas. Com isso, a taxa de compressão foi aumentada de 10,5:1 para 12,3:1.
O resultado das modificações reflete notavelmente a melhoria sobre a linha 2016. Para completar o conjunto, a nova geração do câmbio com seis marchas foi integrada ao modelo, permitindo explorar melhor o motor em busca de menos consumo de combustível. Ou seja, mais autonomia. O desempenho registrado de 0 a 100 km/h foi de 11,9 segundos (com etanol), podendo atingir 168 km/h de velocidade máxima (informação da montadora). O consumo melhorou muito, marcando 11,4 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada, com média urbano-estrada de 11,9 km/l, sempre abastecido com gasolina.
A transmissão automática ficou bem melhor, tornando-se mais suave e segurando menos as marchas, principalmente na terceira, como na linha anterior. Apesar de a Spin em primeira impressão não contar com mudanças, trata-se de um carro atualizado, oferecendo ganhos aos consumidores. É o primeiro passo para a sua primeira reestilização, que deverá vir no próximo.
O design externo praticamente não teve alterações. Apenas o para-choque dianteiro recebeu o bem visível defletor inferior e o estepe se despiu, deixando à mostra a bela roda sobressalente de liga leve de 16 polegadas, coberta apenas nos parafusos pela moldura acompanhada da gravata dourada da marca norte-americana.
Mas não ficou aí. A Spin tornou-se o primeiro modelo nacional com a grade ativa (vinda dos Cadillac, nas imagens, colocamos a ilustração fornecida pela montadora). A grade abre e fecha na entrada de ar do radiador em função da temperatura, velocidade e uso do ar-condicionado, resultando em 11% de melhoria na aerodinâmica.
A dirigibilidade da Spin Activ é confortável e segura. O carro se comportou muito bem em curvas e pisos irregulares. Foi testado também o slalom da aventureira, com boas respostas, sem perder o equilíbrio.
Devido às mudanças na suspensão e nos freios, a estabilidade é outro item que evoluiu da linha 2017. As molas e os amortecedores têm carga modificada e a barra estabilizadora dianteira foi trocada, deixando o veículo menos oscilante. O freio ficou mais leve e aerodinâmico.
Para ajudar o bem estar do motorista, a limitação de regulagem de altura do banco deveria ser maior, permitindo, assim, deixar o assento mais baixo. Para a turma de trás, os bancos poderiam ter a opção de correr, deixando mais espaço para seus ocupantes. O porta-malas tem capacidade para 710 litros, podendo atingir até 1.841 litros com os bancos traseiros rebatidos.
O acabamento interno conta com o mesmo painel principal da linha anterior, com uma pequena mudança: os botões de acionamento do ar-condicionado e exaustor passam a integrar os comandos de temperatura e posição de ventilação, além de receber os botões no retrovisor interno de comando da tecnologia OnStar. O modelo poderia disponibilizar câmera de ré como item de série para acompanhar os sensores de estacionamento e dar mais comodidade para o condutor em manobras.
Os comandos do controlador de velocidade, do som e do atendimento do celular são ligados ao sistema MyLink - multimídia com tela de sete polegadas touchscreen. A Spin ainda não recebeu a nova da central MyLink2.
A montadora oferece o OnStar como cortesia por um ano. O sistema traz ampla gama de serviços de conectividade, informações, segurança e emergência. O funcionamento é todo controlado por três botões localizados no retrovisor – sendo o da esquerda para atender às ligações da Central, o do meio, para iniciar o contato com a Central e o da direita, para emergências. Todas as ligações são feitas por meio de um chip próprio instalado na base do espelho.
De acordo com a fabricante, a operadora escolhida é a Claro, por ter a melhor abrangência em território nacional. Além dos botões no espelho, o usuário tem a disponibilidade de um aplicativo para seu smartphone para acessar às funcionalidades, incluindo o fechamento e o destravamento das portas.
Quanto à segurança, o OnStar oferece assistência na recuperação em caso de roubo, sensores para casos de arrombamento e alerta à Central, que entra em contato com o proprietário para verificação do fato e dar sequência na operação de busca. Se o veículo for levado, é possível observar seu deslocamento via satélite e enviar um comando remoto de redução gradual de velocidade ou até o bloqueio total do motor, para facilitar a sua recuperação pela polícia.
O serviço foi testado e aprovado. Entretanto, trata-se de uma linha telefônica, e falhas no sinal podem ocorrer, como, por exemplo, quando se passa em túneis. O atendimento é muito prestativo e atencioso, passando boas informações para ao motorista.
Ainda no quesito segurança, o modelo traz duplo airbag frontal e sistema de freio com as tecnologias ABS e EBD (distribuição de frenagem).
As fotos desta reportagem foram feitas no atelier de Flávio Scholles, em São José do Herval, Morro Reuter (RS), uma belíssima cidade para um passeio de fim de semana. Agradecemos à empresa por disponibilizar as acomodações e o terreno.
A Spin Activ parte de R$ 65,69 mil, podendo chegar a R$ 71,19 mil.
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, 1.8 8V
Potência: 106 cavalos (gasolina) e 111 cavalos (etanol)
Transmissão: automática com modo sequencial deseis marchas
Tração: dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: tipo McPherson, na dianteira com barra estabilizadora ligada a haste tensora, molas helicoidais com carga lateral linear e rodas independentes; traseira semi-independente com eixo torção, barra estabilizadora soldada no eixo traseiro, molas helicoidais com constante elástica linear. Amortecedores pressurizados.
Freios: hidráulico com duplo circuito distribuído em diagonal, dois a discos com dois ventilados na dianteira e tambores na traseira. Sistema ABS (Anti-block Braking System) e distribuição eletrônica de frenagem EBD (Eletronic Brake Force Distribuition)
Rodas: aro de liga 16, com 6,5 polegadas de largura
Pneus: 205x60
Peso: 1.325 quilos
Porta-malas: 710 litros até a parte superior do encosto traseiro, 1.021 litros até o teto. Com os bancos traseiros rebatidos, pode chegar a 1.841 litros
Tanque: 53 litros
Dimensões: comprimento 4,42 metros, largura 1,73 metro (1,95 com os espelhos), altura 1,69 metro (com bagageiro), entre-eixos 2,62 metros