Chevrolet Tracker Premier 1.2 turbo - Dias ao Volante

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Chevrolet Tracker Premier 1.2 turbo

Finalmente, é brasileiro. E melhor!
25 de agosto de 2020 - por Gabriel Dias e Daniel Dias

O Tracker teve uma trajetória um pouco curiosa até ser finalmente produzido, a partir de 2020, em São Caetano do Sul, em São Paulo. Antes, o modelo foi vendido no Brasil de 2001 a 2007, sendo praticamente um Suzuki Grand Vitara de gerações anteriores com caracterização da Chevrolet. Em outubro de 2013, a General Motors trouxe novamente para o país o Tracker, totalmente modificado, com projeto desenvolvido em parceria com a Chevrolet da Coreia do Sul, na plataforma do Sonic e com um visual bem moderno para a época. O SUV era importado do México e tinha versões LT e LTZ, ambas com o mesmo motor Ecotech 1.8 do Cruze, com 144 cavalos de potência e 18,9 kgfm de torque.
Em 2016, o modelo foi reestilizado e ganhou motor 1.4 turbo do Cruze como item de série, com 153 cavalos de potência e 24,5 kgfm de torque. Mesmo com esse motor, as vendas continuaram baixas, muito por conta do seu porta-malas, o menor da categoria. Neste ano, a GM do Brasil viu no Tracker a oportunidade de entrar para valer no concorrido segmento de utilitários esportivos produzidos no país, afinal, todos seus concorrentes tinham fabricação nacional.
Dias ao Volante fez a avaliação por uma semana do Tracker Premier, top de linha da família, equipado com o inédito motor 1.2 turbo de três cilindros produzido em Joinville (SC), com 133 cavalos de potência e 21,4 kgfm de torque abastecido com etanol, associado ao câmbio de 6 velocidades, com preço de R$ 119,49 mil. A linha parte de R$ 87,49 mil na versão com motor 1.0 turbo e transmissão mecânica. Assim como o Onix e o Onix Plus (sedã), o Tracker não conta com os “paddles shifts” para trocas sequenciais atrás do volante. É uma ausência significativa para um veículo desse porte e valor. Os botões + e - na alavanca servem para trocar as marchas manualmente para cima e para baixo. Por outro lado, o Tracker tem o modo “L” do câmbio ou “overdrive” - funciona como um freio-motor, para evitar que as marchas mais altas “entrem” em longas descidas de serra e “soltando” o carro perigosamente. Quanto ao consumo, o modelo faz 7,7 km/l na cidade e 9, 4 km/l na estrada com etanol, chegando a 11,2 km/l no ciclo urbano e a 13,5 km/l no rodoviário com gasolina. Em comparação ao modelo vindo do México, o brasileiro perde autonomia porque tem 44 litros de capacidade no tanque ante os 53 litros da versão mexicana. Mas isso é passado, pois os brasileiros tem agora a sua própria versão que, se perde nesse detalhe, ganha em outros tantos muito mais importantes.
O motor 1.2 turbo tem boa aceleração e retomadas, no entanto, começa a perder fôlego quando a velocidade vai crescendo e, principalmente, em subidas mais íngremes de serra. Para isso, o teste foi feito na região gaúcha do Morro Reuter, na antiga ligação da BR-116 com o centro do Brasil, antes da abertura da BR-101. A impressão é que se o câmbio tivesse uma ou até duas marchas a mais, ficaria o ideal. Essa falta de fôlego não se manifestou no exigente teste de off-road por estradas de chão batido pelo interior de fazendas e sítios na subida para a cidade de Nova Petrópolis, embora o SUV da Chevrolet, com tração dianteira, não tenha sido projetado para esse fim. Todavia, feio ele não fez, muito antes pelo contrário.
Na estrada, o Tracker desfila com soberania em viagem de cruzeiro, absorvendo bem os impactos e desníveis do asfalto, as vibrações e o nível de ruído. O SUV supera valetas e quebra-molas com facilidade ajudado pelas rodas de 17 polegadas e a altura de 15,7 centímetros em relação ao chão. Nas curvas feitas com mais pressão no acelerador, a carroceria aderna um pouco, entretanto, é algo mais do que natural para a altura do carro. Os controles de tração e de estabilidade ajudam o motorista a ter o veículo sempre na mão, resultando em estado estável de confiança. Graças a essas particularidades, o Tracker não prega sustos ao motorista e aos demais ocupantes.
A Premier tem uma série de vantagens na linha Tracker e não tem opcionais. Traz teto solar panorâmico com abertura elétrica, rack de teto, lanternas com assinatura de leds e faróis full-led, integrando luzes diurnas e de conversão em manobras. As linhas de leds do para-choque incorporam a função de seta na Premier. A lista de equipamentos da versão top de linha inclui sistema de estacionamento automático, alerta de ponto cego luminoso nos dois espelhos externos, monitoramento de pressão dos pneus, retrovisor fotocrômico, chave presencial e partida por botão, carregador de celular por indução e a central multimídia MyLink com tela de 8 polegadas e espelhamento para Apple CarPlay ou Android Auto. Tem ainda internet 4G a bordo com chip da Claro. O sistema de alerta sonoro e visual de distância do carro à frente é complementado pela frenagem automática de emergência.
Apesar de compartilhar várias coisas com a linha Onix, o Tracker pegou tudo isso e melhorou, também em comparação ao modelo que vinha do México. O Tracker nacional tem volante, itens do painel e mostradores analógicos do quadro de instrumentos vindos do carro mais vendido do país, mas as imagens da tela do computador de bordo são coloridas. A posição de dirigir é boa e o volante tem ajuste de altura e profundidade, o mesmo nos bancos dianteiros, embora não sejam elétricos.
Com um design avançado, moderno e com a assinatura estilística atual da Chevrolet, o Tracker produzido em São Caetano do Sul faz bonito por onde passa e deixa a sensação invulgar de prazer de dirigir no motorista. Por ser um utilitário esportivo compacto, a impressão de se estar ao volante de um automóvel só é quebrada pela posição de dirigir mais alta, que em nada atrapalha o ingresso à cabine. Com isso, os belos estribos laterais, próprios da versão “top”, são mais estéticos que funcionais.

FICHA TÉCNICA

Motor: dianteiro, transversal, três cilindros, 12V, 1.199 cm³, comando duplo variável, flex, turbo, injeção eletrônica de combustível. Tração frontal.

Potência: 132/133 cavalos (gasolina/etanol) a 5.500 rpm

Torque: 19,4/21,4 kgfm (gasolina/etanol) a 2 mil rpm

Câmbio: automático de 6 marchas - tração dianteira

Direção: elétrica

Suspensão: dianteira independente do tipo McPherson e traseira com eixo de torção

Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP

Pneus: 215/55 R17

Dimensões: 4,27 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,62 metro de altura e 2,57 metros de entre-eixos

Tanque: 44 litros

Porta-malas: 393 litros

Peso: 1.271 kg

Preço: R$ 119.490

DESTAQUES

Estilo
10
Câmbio
9
Acabamento
9Freios
10
Posição de dirigir
10Suspensão
9
Instrumentos
10Consumo
9
Interior
9Estabilidade
9
Porta-malas
9Custo-benefício
9
Desempenho
8Recomendação
10
Motor
9Avaliação Geral
9,26

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