20 de março de 2017 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Andretti lembra da histórica vitória do superesportivo da Ford em Sebring, ao lado de Bruce McLaren, e as semelhanças com o novo modelo.
A Ford relembra uma parte importante da história do automobilismo mundial no também marcante autódromo de Sebring, na Flórida. Foi nessa pista há 50 anos que a marca venceu a tradicional corrida de resistência com o pioneiro GT40 Mk IV amarelo, de número 1, pilotado por Mario Andretti e Bruce McLaren, duas lendas das pistas, o primeiro campeão de dois mundos (Fórmula-1 e Indy), o segundo, neozelandês, fundador da McLaren, uma das principais equipes da F-1. No último final de semana, o novo GT disputou as 12 Horas de Sebring de olho na história.
As duas gerações do GT são ícones da linhagem da Ford Performance, que retornou às pistas no ano passado com o mesmo espírito vencedor. Andretti participou do desenvolvimento do GT40 original e continua a acompanhar a evolução do carro, como amigo do dono da equipe Chip Ganassi.
Para o ítalo-americano, vencer em Sebring em 66 foi a consequência natural de um carro muito competitivo. O GT Mk IV amarelo está até hoje exposto no Barber Motorsports Park, no Alabama. Andretti lembrou que ganhar na pista de Sebring era realmente muito importante dentro do projeto da Ford para as 24 Horas de Le Mans. O GT40 dominou a prova francesa de 66 a 69.
Andretti resgata suas memórias para os fãs do automobilismo.
Sobre o Mk IV: "Quando você ganha, se apaixona pelo carro. Era um carro muito, muito bom. Participei do desenvolvimento do Mk II e do Mk IV. Trabalhamos muito nesses carros, que foram invejados pela Ferrari, pela Porsche e todos os outros fabricantes. Sinceramente, acho que eles ficaram intimidados. Foi uma prova dura em Sebring. Ventava muito, um pedaço de papel fechou a entrada de ar da cabine e sofremos com o grande calor, mas isso no fim deu mais sabor à vitória".
Sobre Bruce McLaren: "Tivemos um relacionamento de equipe muito bom. Pessoalmente, ele era uma pessoa fácil de ser amigo. Profissionalmente, era um piloto muito técnico e me ensinou muito para eu chegar à Fórmula-1. No automobilismo, é importante ter um grande companheiro de equipe."
Sobre o GT40: "Foi um intenso desenvolvimento feito pela Ford, que assumiu todo o compromisso para ter mais que um superesportivo. Foram muitos testes, incluindo rodagens de 24 horas consecutivas em Daytona. É realmente gratificante quando uma empresa faz esse tipo de comprometimento. É por isso que ganhou, e eu adorei."
Sobre Chip Ganassi: "A Ford acertou ao trazer Chip Ganassi, um grande e experiente chefe de equipe. Liderando esse projeto, ele tem dado um grande orgulho ao time, o que não é surpresa, porque tem muito sucesso em tudo que ele faz."
Sobre a conexão entre o novo GT e o GT40: "Os dois carros têm muita conexão em partes do design. O GT manteve o espírito do modelo vencedor. Aerodinamicamente, tem cara de mau, eficiente, é uma supermáquina. Adorei isso há 50 anos e adoro isso agora. A Ford fez um trabalho incrível."
Sobre se gostaria de pilotar o novo GT: "Aceito o convite. Quando e onde?"