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Extremamente centrado

24 de julho de 2020 - por Luiz Humberto Monteiro Pereira / Agência AutoMotrix
Versão intermediária XEi é a que melhor representa o “espírito” do Toyota Corolla, líder do mercado brasileiro de sedãs médios há seis anos.
Desde 2015, o Toyota Corolla é líder do segmento de sedãs médios no Brasil – normalmente, vende mais que os três maiores concorrentes somados. Em setembro de 2019, no lançamento da décima segunda geração do sedã no mercado nacional, a marca japonesa aproveitou para dar um “upgrade” nas motorizações e apresentou duas de uma vez: uma flex 2,0 litros Dynamic Force e outra híbrida, que combina dois motores elétricos e um 1.8 flex – o primeiro veículo híbrido com propulsor bicombustível produzido comercialmente no mundo. O motor flex 2.0 está disponível nas configurações GLi, XEi e Altis. Já o híbrido vem apenas na versão topo de gama Altis. Mantendo a tradição, a configuração intermediária XEi permanece na função de “puxadora de vendas” da linha e responde por mais da metade dos emplacamentos. Talvez por ser a que melhor concilia a fama de confiabilidade mecânica do sedã da Toyota com uma relação custo/benefício mais atraente.
O Corolla da atual geração é produzido na variante GA-C da plataforma modular TNGA e tem 4,63 metros de comprimento (mais um centímetro em relação à geração anterior), 1,78 metro de largura (mais 0,5 centímetro) e 1,45 metro de altura (menos dois centímetros), enquanto a distância de entre-eixos e o volume do porta-malas ficaram os mesmos – 2,70 metros e 470 litros. Segundo a Toyota, a nova estrutura permitiu a elevação da rigidez torcional em 60% na comparação com o antigo Corolla. O estilo permanece conservador, bem ao gosto dos típicos consumidores do sedã da marca japonesa. Embora longe de radicalismos, as mudanças no visual da atual geração modernizaram o aspecto geral do modelo, principalmente nos conjuntos ópticos de aspecto tridimensional, que incorporaram luzes de rodagem diurna e faróis de neblina em leds – os fachos alto e baixo continuam halógenos. Os retrovisores externos são na cor do carro e vem com pisca integrado, e as rodas de liga leve aro 17 polegadas têm acabamento na cor prata.
Sob o capô, está o motor 2,0 litros Dynamic Force Dual VVT-iE 16V DOHC, que rende 177 cavalos de potência, quando abastecido com etanol, e 169 cavalos com gasolina, sempre a 6.600 giros. O torque máximo, com etanol ou gasolina, é de 21,4 kgfm a 4.400 rpm. Trabalha em parceria com um câmbio CVT com 10 marchas simuladas. Em termos de segurança, os destaques são os sete airbags (dois de cortina, um de joelho para motorista, dois frontais e dois laterais para condutor e passageiro), barra de proteção no interior das quatro portas, controle eletrônico de estabilidade veicular (VSC), controle eletrônico de tração (TRC), assistente de subida em rampa (HAC), controle de velocidade de cruzeiro, sinal de frenagem de emergência, sistema de alarme volumétrico e perimétrico e acendimento automático de faróis.
Dentro da versão XEi, a chave presencial com partida por botão é de série. O carro conta com indicador de direção econômica no painel de instrumentos (ECO driving) e o computador de bordo, com visor multifunção e tela TFT de 4,2 polegadas digital e colorida, traz informações como indicador de marcha, consumo de combustível, hodômetro e autonomia. Ao centro do console, destaca-se a vistosa tela sensível ao toque de 8 polegadas do sistema multimídia Toyota Play+, com rádio AM/FM, função MP3, entrada USB, Bluetooth e conexão para smartphones e tablets Android Auto e Apple CarPlay. A tela exibe ainda as imagens da câmera de ré com linhas de distância. Abaixo dela estão as saídas de ar e os comandos do ar-condicionado automático digital e, acima, posiciona-se o retrovisor interno, que conta com antiofuscamento eletrocrômico.
O preço da configuração XEi começa em R$ 119.290 se for na cor sólida Branco Polar, mas sobe para R$ 121.240 nas cores metálicas Cinza Celestial, Vermelho Granada, Preto Eclipse ou Prata Supernova (a do modelo testado) e R$ 121.540 na cor perolizada Branco Pérola. O valor da XEi fica R$ 11.300 acima da versão de entrada GLi e R$ 18.600 abaixo da Altis Premium com o mesmo motor 2,0 litros Dynamic Force Flex e da Altis Hybrid, que custam os mesmos R$ 139.840. Contudo, a híbrida pode chegar a R$ 145.390 se incluir o pacote Premium, que é de série no Altis 2.0 litros Dynamic Force. Ou seja, nesses tempos em que os preços dos carros zero-quilômetro no Brasil em geral subiram tanto, puxados pela elevação da cotação do dólar, a versão XEi torna-se competitiva justamente por se manter na faixa de R$ 120 mil – a antiga “barreira psicológica dos R$ 100 mil” ficou no passado no segmento de sedãs médios.

Releitura contemporânea

O Corolla de décima segunda geração tornou-se mais atual em todos os aspectos, sem perder o típico estilo clássico. O painel de instrumentos traz três mostradores: um circular, no centro, no qual é possível visualizar o velocímetro e o nível de combustível, um semicircular do lado esquerdo, que exibe o conta-giros e o termômetro do motor, e a tela de TFT de 4,2 polegadas colorida do lado direito, mostrando os dados do computador de bordo. Apesar da moldura com estilo um tanto “retrô”, a central multimídia em posição elevada e com uma enorme tela de 8 polegadas traz uma esperada evolução na linha Toyota: a compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay. O espelhamento de celulares é feito por meio de uma entrada USB escondida na parte inferior do painel.
Dentro da versão XEi, partes revestidas por material sintético que simulam couro na cor preta reforçam o requinte. O painel central é em “black piano” e os difusores de ar recebem acabamento prateado. O volante de três raios com controles de áudio e computador de bordo tem acabamento em couro e sustenta as aletas para troca de marchas. O banco do motorista tem regulagem manual para seis ajustes (altura, distância e inclinação) e do passageiro dianteiro para quatro ajustes (distância e inclinação). Os assentos são todos bastante confortáveis. Mesmo quem está ao centro do banco traseiro consegue ter espaço, graças ao túnel central baixo. Todavia, alguns detalhes que se espera encontrar em sedãs na faixa de R$ 120 mil estão ausentes no Corolla XEi, como a iluminação nos botões dos vidros (à noite, são difíceis de se achar), o freio de estacionamento eletromecânico (está lá a tradicional alavanca) e as maçanetas internas cromadas (são de plástico e sem pintura). E também não há sensores de estacionamento de série, somente a câmera traseira.

Dinâmica acertada

O sedã produzido na cidade paulista de Indaiatuba nunca passou por uma evolução tão grande em uma troca de geração. Em relação ao Corolla anterior, tudo melhorou: estabilidade, agilidade, rigidez na estrutura e comportamento aerodinâmico. Agora, o veículo transmite uma sensação de condução nitidamente superior. A suspensão traseira de duplo braço triangular independente, com molas helicoidais e barra estabilizadora, proporciona um conforto de condução agradável, com melhor absorção de choques em terrenos irregulares. Além disso, o Corolla está mais preciso no contorno de curvas e mais fácil de se controlar. O conforto de rodagem é elevado e o carro não sacoleja em demasia ao passar pelas vias esburacadas.
Dinamicamente, o modelo mostra uma performance surpreendente para um sedã tradicionalmente conservador. Com seus 177 cavalos e 21,4 kgfm, o motor 2.0 Dynamic Force aspirado esbanja força, sem o estilo espalhafatoso dos turbo. Fabricado na cidade paulista de Porto Feliz, é o motor mais potente que já equipou um Corolla. Totalmente novo, em vez de funcionar no tradicional ciclo Otto, ele atua com fases diferentes, seguindo o ciclo Atkinson – normalmente adotado em veículos híbridos. Há também injeção direta e indireta combinadas, que permitem mais rendimento com eficiência em emissões e consumo. Com alta taxa de compressão (13:1), curso longo e novos pistões de baixa fricção, o atual “powertrain” é 23 cavalos mais potente e entrega 0,7 kgfm a mais de torque em comparação ao da geração anterior.
A performance do motor do Corolla é bastante valorizada pela surpreendente transmissão CVT Direct Shift de 10 marchas. Conforme a Toyota, os engenheiros acoplaram uma engrenagem mecânica que atua na arrancada do veículo, melhorando a aceleração em primeira marcha. De fato, o sedã arranca com uma disposição incomum, e as trocas são feitas de forma eficiente e precisa. Há ainda o botão Sport, que providencia as trocas das marchas em giros mais elevados. Contudo, para quem realmente faz questão de executar as trocas no modo manual, elas podem ser feitas pela própria alavanca ou pelas borboletas no volante.

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