23 de dezembro de 2021 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Na versão topo de linha, o Argo faz jus a tudo o que se espera dele, com conforto, segurança, beleza do design italiano e desempenho de sobra.
Lançado em 2017, o Argo substituiu de uma só vez três modelos na Fiat: o Palio, o Punto e o Bravo. Não é pouca coisa! Mais: no ano seguinte, deu origem à versão sedã, o Cronos, que, a exemplo do “original”, tornou-se um grande sucesso. Por outro lado, o Argo tem a incumbência de encarar fortes concorrentes, como o Chevrolet Onix, o Hyundai HB20, o Toyota Yaris e o Citroën C3, este, que deixará o grupo no próximo ano para ingressar em um segmento ainda mais intenso, o de SUVs. Nos emplacamentos deste ano, até novembro (os números finais ainda não foram computados), o Argo é simplesmente o segundo colocado, com um acumulado de 80.135 exemplares vendidos no Brasil, atrás apenas de uma “irmã” de fábrica, a fabulosa picape Strada (100.049), superando até outro fenômeno, o HB20 (78.529), depois que o campeão das últimas seis temporadas, o Onix (62.096), teve sua produção interrompida por mais de seis meses este ano por falta de semicondutores. A vice-liderança do Argo tem também o valor de um título, pois o compacto da Fiat é atualmente o carro de passeio mais vendido do país.
Produzido em Betim (MG), enquanto o Cronos vem da cidade de Córdoba, na Argentina, o Argo tem na configuração 1.8 HGT com transmissão automática de 6 marchas a versão top de linha da família. E foi essa variante “top” que o Dias ao Volante pode testar durante uma semana, comprovando todos os acertos da engenharia da marca italiana pertencente à Stellantis e a manutenção do bom design italiano. Afinal, em apenas quatro anos de estrada, o Argo não precisava de nem ao menos retoques na “maquiagem” para continuar com seu estilo moderno e bem sucedido. O mesmo se estende, naturalmente, à configuração sedã, o Cronos.
Com até 139 cavalos de potência a 5.750 rotações por minuto e 19,3 kgfm de torque a 3.750 giros, o motor 1.8 aspirado E.torQ bicombustível de quatro cilindros e 16 válvulas trabalha muito bem com a transmissão de 6 velocidades até em rotações mais elevadas e nas situações do dia a dia no trânsito urbano. Embora o motor E.torQ já tenha uma boa quilometragem, ainda responde muito bem no Argo, com seus apenas 1.241 quilos de peso. Com esse “powertrain”, o Argo acelera de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos e pode chegar à máxima de 191 km/h.
Com trocas de marchas praticamente imperceptíveis, o Argo é o primeiro carro de passeio da Fiat no Brasil a contar com câmbio realmente automático. Os do passado recente da fabricante tinham de se contentar, e o motorista tinha de suportar, o terrível automatizado Dualogic com seus intermináveis espaços entre uma troca e outra e os malditos socos nas mudanças que mais pareciam ser soluços pronunciados. O bom câmbio automático de 6 marchas do Argo auxilia bastante também no consumo de combustível. Nos testes, o hatch compacto teve um consumo de 12,6 km/l de gasolina na cidade e de 19,9 km/l (também com o combustível fóssil) a 100 km/h na estrada, fechando com uma média geral de 15,6 km/l.
Dotado de alarme antifurto, brake light, cintos de segurança traseiros retráteis de três pontos, controle de estabilidade, sinalização de frenagem de emergência, Isofix para fixação de cadeirinhas de criança, airbag duplo, freios com ABS e EBD, função auxiliar para acionamento das setas indicando trocas de faixa, dispositivo de manutenção em faixa, sensor de estacionamento traseiro e travas elétricas, o Argo tem na segurança um bom destaque, passando sempre confiança para o motorista, até nas manobras mais bruscas de mudança de faixa de rodagem com os tradicionais desníveis das nossas estradas e nas curvas feitas com o pedal da direita com mais ação, com pouca rolagem da carroceria. O motorista conta ainda com confortos de apoia-pé esquerdo, regulagem de altura do banco, banco traseiro rebatível, encosto de cabeça traseiro central, espelho no para-sol nos dois lados da frente e ganchos de fixação no porta malas.
O Argo 1.8 HGT tem acabamentos em preto e detalhes exclusivos, barras longitudinais no teto, faróis de neblina, iluminação do porta-malas, LED Design, logotipos Fiat escurecidos, maior altura em relação ao solo, molduras nas caixas de roda, painel com acabamento específico, pintura bicolor - teto, aerofólio traseiro e retrovisores externos em preto -, tecidos dos bancos exclusivos com costura laranja, adesivo no capô e grade escurecida, inclusive no logotipo da marca italiana.
O carro é equipado com ar-condicionado digital, central multimídia Uconnect de 7 polegadas destacada no centro do painel imitando um tablete deitado, espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay, Bluetooth, duas entradas USB e sistema de reconhecimento de voz, chave canivete com telecomando para abertura das portas, vidros e porta-malas, computador de bordo com distância percorrida, consumo médio e instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso, desembaçador do vidro traseiro temporizado, direção elétrica progressiva – é leve nas manobras e se enrijece conforme a velocidade aumenta -, Follow me Home, sistema de partida a frio sem tanque auxiliar de gasolina, Hill Holder - sistema que auxilia nas arrancadas em subida -, quadro de instrumentos de 3,5 polegadas multifuncional com relógio digital, calendário e informações do veículo em TFT personalizável, retrovisores externos elétricos com sistema Tilt Down, rodas de liga leve de 15 polegadas com cor exclusiva, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, controle de tração, vidros elétricos dianteiros e traseiros com one touch e antiesmagamento, volante com comandos de rádio e telefone e coluna da direção com regulagem de altura.