2 de agosto de 2020 - por Gabriel Dias e Daniel Dias
O líder do segmento de SUVs no Brasil há mais de um ano recebeu alterações nos conjuntos ópticos, com acréscimo de luzes de circulação diurna, e manteve todas as suas características de carro para “toda a obra”, sempre disposto a encarar a rotina do dia a dia e as aventuras de fim de semana, com força, segurança e desempenho, além do ótimo custo-benefício.
Produzido desde 2015 no Polo Industrial de Goiana, Pernambuco, o Renegade mantém uma média boa de emplacamentos nesta pandemia da Covid-19 com 3.635 em julho e um total de 25.446 no acumulado do ano. O modelo além de ter a “briga” caseira com o Compass pela a liderança da categoria SUV, passou a ter a concorrência do Volkswagen T-Cross, que despontou em julho como o carro mais vendido do país, desbancando, no mês, o Chevrolet Onix, líder do mercado nacional nos últimos cinco anos.
Dias ao volante testou a versão Longitude do Renegade equipada com motor 2.0 turbodiesel de 170 cavalos de potência, associado ao câmbio automático de 9 velocidades com tração integral sob demanda. O desempenho do conjunto motriz é impressionante em relação de peso/potência (9,65 kg/cv) e conta com torque máximo de 35,7 kgfm a 1.750 rotações por minuto, permitindo aos 1.641 quilos do veículo fazer de 0 a 100 km/h em apenas 9,9 segundos. A velocidade máxima é de 190 km/h. Quanto ao consumo, as médias obtidas no teste de uma semana foram bastante satisfatórias, com as marcas de 19,4 km/l na estrada a uma velocidade média de 100 km/h, 12,4 km/l na cidade e média combinada de 14,2 km/l. Ótima para um carro de seu porte.
Ao contrário do verificado no ano passado, quando um dos focos foi testar o Renegade quanto à força do conjunto mecânico em condições severas em uma antiga pedreira (veja os vídeos nos links 1 e 2), desta vez foram feitas avaliações no dia a dia e em trechos de estradas vicinais e com muitos desníveis do interior da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), com o jipe urbano mostrando enorme desenvoltura em meio a sítios e fazendas, em paisagens típicas dos pampas gaúcho. Foram testes interessantes e divertidos no chão batido no qual o Renegade desfilou triunfante literalmente, pois mesmo com a configuração de suspensão mais dura para o terreno, os ocupantes pouco sentiram o desconforto ao passar em buracos e ondulações. Com um bom ângulo de entrada, o SUV pode superar diversos obstáculos com até 30 graus frontais e sempre demonstrando bom equilíbrio e segurança na condução, mesmo com a velocidade mais expressiva ou em fortes frenagens (como pode ser visto nos vídeos abaixo).
Em um outro panorama, a condução do Renegade no asfalto é ainda mais segura, naturalmente. Com manobras rápidas e ariscas, a carroceria praticamente não trabalha, mesmo quando é exigida mais radicalmente, resultando em uma total aderência e estabilidade. O modelo produzido no Brasil pela marca pertencente à FCA com jeito mais próximo dos pioneiros jipes se mostrou perfeito não só para o dia a dia como também para as aventuras de fim de semana no fora-de-estrada.
A vida a bordo permaneceu muito prazerosa, pois não houve mudanças no interior da cabine, trazendo muito conforto e espaço para todas as pessoas a bordo. Ao lado dos muitos equipamentos oferecidos e de fácil manuseio e interatividade, o motorista tem todas as regulagens de seu banco e altura e profundidade do volante, com trocas de marchas sequenciais feitas com o comando do condutor em “paddles shifts” localizados atrás da direção. O painel principal é equipado com a nova central multimídia de 8,4 polegadas com comando de voz e conexão e espelhamento do smartphone pelo Android Auto e Apple CarPlay.
O design externo do modelo Renegade 2020 é ainda mais atraente, mantendo as linhas e identidade que remetem um pouco a uma releitura moderna do veterano Wrangler. O Renegade ganhou um novo conjunto óptico, mais moderno, luzes de circulação diurna e os auxiliares de neblina em LEDs. Na traseira do veículo, a mudança ficou para o novo e acertado desenho das lanternas, sem a presença ostensiva do tradicional “X” no meio das lentes vermelhas principais. Olhando-se com mais atenção, o “X” continua lá, mas sem trazer para si uma importância que nunca teve.
A versão testada parte de R$ 141,99 mil. O Renegade vale cada real investido, pois o seu proprietário tem à disposição um veículo multiuso e sempre pronto para o motorista e os demais ocupantes usufruírem do conforto, da segurança e da tecnologia embarcada e de entretenimento para o dia a dia e viagem sem qualquer cansaço e sempre disposto e na “ponta dos cascos” para encarar a aventura. Em cinco anos de estrada, não havia a menor necessidade de alterações relevantes do design do Renegade, que se mantém atual e moderno. Os poucos retoques empregados conseguiram uma proeza: deixaram o “aventureiro” de raiz urbano da Jeep ainda mais belo.
Preços das versões:
- STD 1.8 16v flex R$ 77,49 mil
- Sport automática 1.8 16v flex R$ 91,59 mil
- Longitude automática 1.8 16v flex 4x2 R$ 106,19 mil
- Limited automática 1.8 16v flex R$ 113,99 mil
- Longitude automática 2.0 turbodiesel 4x4 R$ 141,99 mil
- Trailhawk automática 2.0 turbodiesel 4x4 R$ 152,99 mil
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro 2.0 turbodiesel 16 válvulas
Potência: 170 cavalos (diesel)
Transmissão: automática de 9 marchas, com sequencial como opcional
Tração: 4x4
Direção: elétrica
Suspensão: dianteira e traseira independente McPherson, com barra estabilizadora molas helicoidais
Freios: quatro freios a disco, sendo ventilados na dianteira e sólidos na traseira. Com ABS (Anti-block Braking System), distribuição eletrônica de frenagem EBD (Eletronic Brake Force Distribuition) e programa eletrônico de estabilidade (ESP)