16 de dezembro 2016 - por Luiz Humberto Monteiro Pereira humberto@esportedefato.com.br
Aos 18 anos, a catarinense Sabrina Pereira é uma das promessas do caratê brasileiro para os Jogos Tóquio 2020
O caratê sempre fez parte da vida de Sabrina Pereira. “Já saí da maternidade de quimono”, diverte-se a catarinense de 18 anos. A estreia da arte marcial japonesa nas Olimpíadas – que acontecerá nos Jogos de Tóquio, em 2020 – gerou expectativa na premiada atleta da cidade de Içara. Ela – junto com sua irmã Carolaini, de 15 anos – começou no projeto “Caratê de Inclusão”, da Fundação Municipal de Esportes de Içara, e hoje faz parte da equipe içarense de alto rendimento da modalidade. Lá, treina na academia do próprio pai, Everaldo. Desde março, faz parte da seleção brasileira adulta de caratê. “Sempre foi um sonho poder competir nas Olimpíadas! Sinto que é o meu momento. Estarei com 22 anos em 2020. Vou me preparar para ser a melhor do mundo e trazer o ouro olímpico para o Brasil”, comemora Sabrina, que estuda Educação Física na Escola Superior de Criciúma (Esucri) e acaba de se inscrever para participar do Bolsa-Atleta 2017, do Ministério do Esporte.
Esporte de Fato - Como se iniciou no caratê?
Sabrina Pereira – O caratê sempre fez parte da minha vida. Meu pai praticava essa arte marcial antes mesmo de conhecer minha mãe. Desde que nasci, sempre vivenciei o caratê dentro da minha família. Iniciei os treinamentos com três anos de idade, com meu pai. Aprendi a chutar e a socar muito cedo. As competições fazem parte de mim. Depois que comecei receber propostas para disputar jogos abertos em Santa Catarina e São Paulo, logo vi que esse esporte que amo tanto poderia me render mais que a simples felicidade de praticar...
Esporte de Fato - Como avalia as possibilidades do caratê brasileiro nos Jogos Tóquio 2020?
Sabrina Pereira – Temos grandes promessas no Brasil, isso nos da esperança que o país terá representantes competitivos em 2020. Tive a oportunidade de participar do Mundial e sei das dificuldades que encontramos lá fora. Para se classificar para as Olimpíadas, o processo seletivo não será fácil, mas o Brasil vem em uma fase crescente que nos deixa bastante esperançosos. Na seleção brasileira, além de mim, existem muitos outros atletas que se destacam, como o Hernani Evaristo, o Vinícius Figueiredo e o Douglas Brose.
Esporte de Fato – Das suas conquistas esportivas, quais considera mais marcantes?
Sabrina Pereira – Todos meus títulos foram importantes. Mesmo quando perco, as derrotas me fazer crescer muito. Sou medalhista estadual, brasileira, na Premier League, no Sul-americano, no Pan-americano e no Mundial. Mais se for destacar um, eu escolho o Mundial. Foi uma medalha de bronze, mas sei que eu era a melhor da categoria Junior abaixo dos 59 kg naquela competição. Porém fui desclassificada. Durante toda a competição, só levei um ponto. Foi um bronze com gostinho de ouro. Fiquei com muita vontade de voltar em 2017.
Esporte de Fato - Quais são as próximas competições importantes que irá disputar?
Sabrina Pereira – Acabei de completar 18 anos, então em 2017 será bem promissor para mim. Iriei começar o ciclo olímpico, participarei da Premier League e pretendo continuar na seleção brasileira adulta e sub 21. E quero conquistar o ouro no Mundial do Egito, agora na categoria sub 21 abaixo dos 55kg.
Esporte de Fato - Chegou a acompanhar os Jogos Rio 2016? O que achou?
Sabrina Pereira – Me chamou muito atenção a qualidade física dos atletas, que estão melhorando cada vez mais suas marcas e batendo novos recordes. De modo geral, não basta somente a técnica, é necessário desenvolver um trabalho físico diferenciado para a competição. No caratê, precisaremos fazer algumas adaptações fisiológicas visando os Jogos de 2020. Com a estreia nas Olimpíadas, o desenvolvimento da modalidade no país acontecerá naturalmente mais rápido.
Esporte de Fato - O que diria para uma jovem que quisesse se iniciar no caratê hoje?
Sabrina Pereira – Eu amo essa arte marcial, sou até suspeita para falar. O caratê traz aos jovens mais saúde, autoestima, concentração, sociabilização, disciplina, superação... Enfim, daria para escrever um livro com tantas coisas boas que alguém ganha com a prática do caratê. Então eu diria: “não perca tempo escolha um bom 'sensei' e comece a treinar!”