20 de outubro de 2016 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Com a união da empresa japonesa à Renault-Nissan, a aliança franco-nipônica ficará entre as três principais marcas automotivas do mundo em volumes globais, com vendas estimadas em 10 milhões de unidades em 2016.
A Nissan Motor Co. Ltd. concluiu nesta quinta-feira a aquisição de uma participação de acionária de 34% na Mitsubishi Motors (MMC), tornando-se assim sua acionista majoritária. O grupo automotivo japonês fará parte da aliança global Renault-Nissan. Com a participação da Mitsubishi Motors, a Aliança estará entre as principais marcas automotivas do mundo em volumes globais, com vendas estimadas de 10 milhões de unidades no ano fiscal de 2016, que termina em março de 2017.
Conforme o brasileiro Carlos Ghosn, presidente e CEO da Nissan, a Nissan e a MMC colaborarão na compra conjunta, localização de peças mais forte, utilização de fábricas em sinergia, plataformas comuns de veículos, compartilhamento de tecnologias e uma expansão da presença combinada das empresas em mercados desenvolvidos e emergentes.
- A combinação da Nissan, da Mitsubishi Motors e da Renault criará uma nova força no processo global de fabricação de carros. Será um dos três maiores grupos automotivos do mundo, com economia em escala, tecnologias inovadoras e capacidade de fabricação para produzir veículos para atender a demanda dos clientes em todos os segmentos de mercado e em todos os mercados geográficos em todo o mundo - disse o executivo.
Para Ghosn, por meio da parceria com a Mitsubishi Motors, a Nissan teria como meta na sinergia 24 bilhões de ienes no ano fiscal de 2017, subindo para 60 bilhões de ienes no ano fiscal de 2018. Os ganhos contribuirão para aumentar o lucro por ação de cerca de 4 ienes por ação no ano fiscal de 2017 e 10 ienes por ação no ano fiscal de 2018 - acima de qualquer acréscimo dos rendimentos ligados à participação global da Nissan na Mitsubishi Motors.
A Nissan ofereceu sua assistência a pedido de Osamu Masuko, presidente e CEO da Mitsubishi Motors, em sequência à crise dos dados de consumo de combustível de modelos da empresa. As duas fabricantes têm cooperado na produção dekei-cars– veículos urbanos pequenos e com formato de carroceria normalmente quadrado – no mercado japonês nos últimos cinco anos.
- Estamos comprometidos a ajudar a Mitsubishi Motors a reconstruir a confiança do cliente. Esta é uma prioridade, já que buscamos sinergia e o potencial crescimento a partir da ampliação dessa relação – continuou Ghosn.
Como parte da estratégia, a Nissan nomeou quatro representantes para o Conselho da Mitsubishi Motors, incluindo Carlos Ghosn como presidente eleito. Os outros nomeados são Hitoshi Kawaguchi, chefe da área de sustentabilidade e diretor global de assuntos corporativos, Hiroshi Karube, controller global e gerente global de ativos e Mitsuhiko Yamashita, atual representante da Nissan no conselho da Mitsubishi Motors. A pedido de Masuko, Yamashita entrou na empresa no início deste ano como vice-presidente-executivo de desenvolvimento e como membro do seu comitê executivo.
Ghosn anunciou uma série de outras mudanças de gestão, com vigência a partir de 1º de novembro, para lhe permitir continuar a se concentrar em manter a dinâmica da Nissan de desempenho e ao mesmo tempo apoiar Masuko na Mitsubishi Motors.
O franco-brasileiro propôs ao Conselho da Nissan, que aprovou, a nomeação de Hiroto Saikawa, atualmente diretor-executivo, como oficial de co-presidente executivo. Saikawa será sucedido como chefe de competitividade por Yasuhiro Yamauchi, atualmente vice-presidente de compras da Aliança.
Veronique Sarlat-Depotte, atualmente vice de Yamauchi, assumirá como vice-presidente de compras da Aliança e diretora de compras da Renault e Nissan.Será apoiada por Makoto Uchida, que assumirá responsabilidade de compras da Nissan.
- Em uma época de mudanças sem precedentes na indústria automobilística global, essa estratégia será uma aposta em nossos pontos fortes e nas capacidades de gestão para garantir o aumento da competitividade, melhores produtos para os nossos clientes e retornos atraentes para os acionistas – concluiu Ghosn.