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O GT como laboratório

17 de maio de 2017 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Nova geração do superesportivo da Ford foi criada com três metas bem objetivas: testar futuras tecnologias, ampliar a utilização de materiais mais leves e avançados e conquistar a vitória nas 24 Horas de Le Mans. Quase todas já foram cumpridas.
A Ford criou o projeto do novo GT com três objetivos: testar futuras tecnologias de motores e aerodinâmica, ampliar o uso de materiais avançados e leves, como fibra de carbono, e vencer as 24 Horas de Le Mans, considerada a principal prova de resistência do mundo. Logo na estreia, no ano passado, conseguiu a conquista na lendária pista francesa, e os resultados na difusão de novas tecnologias começaram a aparecer.
O painel totalmente digital e o modo de direção para pista fechada são exemplos de inovações do superesportivo que estarão no Mustang 2018 e em outros modelos da Ford. Ou seja: o novo GT é também um laboratório na prática. Outros desenvolvimentos, como a fibra de carbono, terão de esperar um pouco mais para chegar às ruas.
Versões anteriores do GT serviram igualmente como "tubo de ensaio". O GT 2005 tinha carroceria de alumínio para reduzir o peso e melhorar o desempenho. O conhecimento que trouxe abriu caminho para o uso inovador de liga de alumínio de alta resistência nas atuais picapes Série F e no novo Expedition
Cada detalhe do design do GT foi aprimorado para a busca da máxima eficiência aerodinâmica. Os objetivos principais eram reduzir o arrasto e melhorar a força descendente, para ajudar a dar estabilidade e aderência nas acelerações, curvas e frenagens.
Para melhorar a aerodinâmica em cada condição de rodagem, a carroceria conta com elementos móveis: uma grande asa traseira e dutos dianteiros que abrem e fecham para equilibrar as extremidades do carro. Quando a asa está levantada, os dutos se fecham para aumentar a força descendente, quando a asa está recolhida, se abrem para reduzir essa força.
A asa tem uma nova tecnologia com patente requerida pela Ford. Assim como os flaps de aviões, muda de ângulo e formato para melhorar em 14% a eficiência geral do veículo.
Até o motor ajuda na aerodinâmica do GT. O design compacto do EcoBoost de seis cilindros permite uma carroceria mais enxuta do que seria necessário para acomodar um V8. O rebaixamento dos turbos e a colocação dos seus resfriadores à frente das rodas traseiras contribui para o perfil mais enxuto.
O conjunto aerodinâmico garante uma força descendente positiva em todas as condições. Com a suspensão do GT elevada ou rebaixada, essa força tem um balanço de 30% e 29% na dianteira e na traseirea, respectivamente.
A carroceria de fibra de carbono ajuda a reduzir o peso e dar uma forma mais elegante ao GT. Issso não seria possível com aço ou alumínio. A Ford pesquisa a futura produção em escala de peças em fibra de carbono, utilizada na construção dos carros da F-1, com parceiros como a Multimatic e a DowAksa.
Devido à limitações da estampagem convencional, os suportes que vão do teto aos para-choques traseiros, por exemplo, não poderiam ser feitos de aço ou alumínio. A fibra de carbono permite desenhos complexos porque o material é cortado como um tecido e depois endurecido em alta temperatura.
O motor EcoBoost 3.5 do GT é o mais potente da família, com 656 cavalos. Foi desenvolvido junto ao propulsor de competição do superesportivo e o EcoBoost 3.5 da picape F-150 Raptor. Durante os testes dos protótipos para a primeira corrida de resistência em Daytona, os virabrequins estavam quebrando sob condições extremas. Com pouco tempo de preparação, a equipe tomou a decisão de substituir a peça por um virabrequim de produção da F-150 Raptor. E o protótipo acabou vencendo sua primeira corrida em Sebring.
O GT usa um novo sistema de dupla injeção direta de combustível e turbo com nova tecnologia anti-lag - aumenta a potência em retomadas. Mesmo quando o piloto não está pisando no acelerador, a injeção mantém a velocidade e a carga do turbo para uma resposta mais rápida. A transmissão de dupla embreagem com sete velocidades permite mudanças quase instantâneas, com ótimo controle de direção.
Os engenheiros da Ford focaram na redução de peso e avanços do motor para tornar o GT mais rápido e eficiente. Quando esse objetivo foi conseguido, reinvestiram parte dessa economia de peso em tecnologias inovadoras para tornar o carro ainda mais rápido e divertido de ser dirigido.
A suspensão hidráulica muda a altura da carroceria para cada modo de direção diferente, girando-se de um botão. Do modo Normal ao de Pista, o carro é rebaixado em 50 milímetros, uma diferença que o motorista pode ver e sentir. No modo Pista, a calibragem das molas, o ajuste dos amortecedores e a aerodinâmica ativa mudam: a asa traseira é levantada e os dutos dianteiros se fecham para aumentar a força o downforce.
A suspensão conta com o modo de dianteira elevada para passar em lombadas e outros obstáculos. O modo Pista pode ser acionado com o carro em até 40 km/h. Acima dessa velocidade, o sistema retorna automaticamente ao modo Normal.

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