15 de agosto de 2016 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Dirigente brasileiro de 38 anos entra no lugar de seu guru, Luiz Alberto Veiga, que se aposenta da fabricante alemã depois de quatro décadas de um trabalho com muita história.
José Carlos Pavone, 38 anos, é o novo chefe de design da Volkswagen para a América do Sul. O dirigente brasileiro assume as funções até então ocupadas por Luiz Alberto Veiga, que decidiu se aposentar após trabalhar 40 anos fabricante alemã. Os dois designers têm uma bela história desde que se conheceram.
Pavone tinha apenas 12 anos de idade quando enviou um desenho de um carro para Veiga. O então chefe na VW respondeu com dicas de profissão e uma análise técnica sobre o projeto. - Decidi ser designer quando li uma reportagem sobre o Veiga em 1991. Mandei uma carta para ele com um desenho de um carro que fiz. E ele respondeu! Lembro-me do cheiro daquele envelope amarelo e de todas as palavras que o Veiga me escreveu. Assumir o estúdio dele é uma honra. Sem dúvidas, dar continuidade ao trabalho da pessoa que me inspirou a ser designer é um desafio muito especial - afirma o novo gerente-executivo. Pavone entrou na Volkswagen do Brasil em 1º de abril de 2002. Em 2004, foi trabalhar para a VW na Alemanha. Em 2011, assumiu o Design Center Califórnia (DCC), nos EUA, que desenvolve projetos para as 12 marcas do Grupo Volkswagen. Entre os vários veículos projetados ao longo de sua carreira, Pavone destaca o Passat comercializado nos EUA e o Jetta lançado no Brasil em 2011. Pavone é casado e tem dois filhos. Formado em desenho industrial pela Universidade Mackenzie, é irmão gêmeo de Marco Antonio Pavone, hoje também designer da VW na Alemanha. Veiga, 63 anos, dedicou quatro décadas de sua trajetória profissional à VW, tornando-se um dos designers mais influentes e respeitados do Brasil. Trabalhou em inúmeros projetos, sendo responsável pelo desenvolvimento do Gol desde a segunda geração e do Fox. - Foram 40 anos de aventuras e descobrimentos. Metade desse tempo eu passei trabalhando fora do Brasil. A Volkswagen me deu quase tudo o que tenho hoje. A grande evolução cultural, pessoal e profissional que sobraram deste casamento são inestimáveis e levarei como minha maior riqueza. Agora é partir para outras experiências e aventuras, porém, me sentindo forte e com o sentimento de dever cumprido - disse Veiga.