02 de agosto de 2016 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
Comandante do grupo, o brasileiro Ghosn visitou o Complexo Industrial Ayrton Senna, no Paraná, e revelou as estratégias da marca para o mercado nacional. O Kwid e o Captur serão produzidos no país e o Koleos será importado.
Carlos Ghosn, CEO do grupo Renault/Nissan, anunciou nesta terça-feira a ampliação de sua linha de SUVs no Brasil com a chegada dos modelos Kwid, Captur e Koleos, juntando-se ao Duster. O dirigente brasileiro também falou sobre os planos para o futuro da empresa no país durante uma visita ao Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR). - Com este novo planejamento de produto, esperamos conquistar uma parte significativa do crescente segmento de SUVs. Com três modelos de nossa família de SUVs a serem fabricados aqui, no Brasil, nossa confiança neste mercado está novamente confirmada – comentou Ghosn.
O Captur será fabricado em São José dos Pinhais, na mesma linha de produção do Duster, do Sandero, do Logan, da Oroch e do Sandero Stepway. O Kwid deve ser lançado no início de 2017, também montado no Paraná, assim como o top de linha Koleos, importado. As vendas do Captur se iniciam no primeiro semestre do próximo ano.
Segundo Ghosn, todos os investimentos anunciados para o país estão mantidos, apesar do atual contexto econômico. Um primeiro ciclo de investimentos (2010-2015), de R$ 1,5 bilhão, foi concluído antecipadamente. O segundo ciclo (2014-2019), de R$ 500 milhões, está em andamento, conforme o planejado.
Para o CEO, não haverá choque do Captur com o Duster:
- Os dois modelos já convivem há muito tempo em outros mercados, como o da Europa. Não tem canibalização, não tem confusão entre os consumidores, que não ligam para plataforma. O Kwid não terá como compromisso ser o mais barato do Brasil, mas ser um veículo de valor. A marca pretende atingir 10% de participação de mercado (atualmente, está em 7,4%).
Os três modelos serão apresentados no Salão de São Paulo, em novembro. Com a nova proposta de oferecer SUVs em vários segmentos, a sede da Renault em São José dos Pinhais crescerá.
Ghosn afirmou no evento desta terça-feira que preço do Kwid será bastante competitivo, devendo ficar entre R$ 30 mil e R$ 45 mil. O modelo terá menos de 800 quilos e motor 1.0 de três cilindros, priorizando a economia e aproveitando componentes do Nissan March, "mas o propulsor será totalmente Renault", conforme Ghosn.
O Captur brasileiro será uma adaptação do europeu, no entanto, terá a base esticada do Duster e da Oroch, devendo custar entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. O motor será provavelmente o mesmo utilizado pelo Nissan Kicks – 1.6 de quatro cilindros associado à transmissão CVT de seis velocidades.
O Koleos focará no segmento premium, com preço de R$ 140 mil a R$ 170 mil.