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Rumo ao Monte Olimpo


13 de janeiro 2017 - por Luiz Humberto Monteiro Pereira  humberto@esportedefato.com.br
 
 
 Com a estreia da escalada esportiva nos Jogos de Tóquio, em 2020, Thais Makino acredita na evolução do esporte no Brasil
Depois de se garantir em caráter experimental nos Jogos de Tóquio, em 2020, a escalada esportiva quer mostrar ao Comitê Olímpico Internacional que merece ser incluída oficialmente no programa olímpico. As modalidades da escalada que estarão nos jogos olímpicos de 2020 são boulder, dificuldade e velocidade. Na disputa olímpica, todos os escaladores terão que competir nas três modalidades e a soma total das pontuações definirá os vencedores. No final, serão duas medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze – metade para os homens e metade para as mulheres. Para tentar uma das 40 vagas mundiais da escalada nas Olimpíadas, o escalador brasileiro tem que ser filiado à Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE), que representa a Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) no Brasil. Segundo a ABEE, entre os atletas que possuem melhor desempenho nas modalidades em que o Brasil é ativo – boulder e dificuldade – está Thais Makino, 28 anos, nascida em Guarulhos e residente na capital paulista. “Ao fazer parte das Olimpíadas de Tóquio, a escalada esportiva ganha mais visibilidade, ajuda a desconstruir a ideia de que é um esporte de alto risco, abre um canal com a comunidade internacional e caminha para se profissionalizar como esporte”, explica Thais, que foi campeã brasileira na modalidade dificuldade em 2010 e modalidade boulder em 2012 e 2016. Também foi vice-campeã juvenil no Campeonato Centro Sul Americano na Venezuela, em 2004, e terceiro lugar no The North Face Master de Boulder, no Chile, em 2012. Ela é formada em Artes Visuais pela Unicamp e atualmente trabalho como assistente de fotografia.
 

Esporte de Fato - Como se iniciou na escalada esportiva?
 
Thais Makino – Comecei a escalar com 10 anos, junto com meus pais e a minha irmã, que na época tinha 15 anos e quis fazer um curso de escalada em rocha. Após realizar este curso, meus pais se interessaram também e então nós quatro passamos a frequentar a academia de escalada esportiva 90 Graus, na capital paulista, e picos de escalada em rocha.
 

Esporte de Fato - Como avalia as possibilidades brasileiras na escalada esportiva nos Jogos Tóquio 2020?
 
Thais Makino – A realidade brasileira é a de que nunca houve uma estrutura satisfatória para o desenvolvimento dos atletas de escalada, da forma como ocorre em países em que existe mais tradição no esporte. Somente em 2014 surgiu por aqui uma entidade voltada especificamente para a escalada esportiva com foco nas competições, a Associação Brasileira de Escalada Esportiva, da qual faço parte. Avalio a inclusão da escalada nos Jogos Olímpicos de Tóquio como uma oportunidade para que os trabalhos da ABEE possam continuar acontecendo e possibilitando que os novos atletas brasileiros tenham as oportunidades que a maioria dos nossos atletas atuais não teve até então. Acredito ser um trabalho que mostrará resultados a longo prazo, mas não descarto a possibilidade de alguém despontar nesse período, talvez beneficiado também pela profissionalização do esporte, elevando mais as chances brasileiras em um evento internacional.
 

Esporte de Fato - Como acredita que a escalada esportiva possa se desenvolver no Brasil?
 
Thais Makino – Como acontece com muitos esportes pequenos, é impossível dar um passo grande demais pela limitação financeira. Já é uma grande vitória ter encontrado um meio de conseguir realizar um ranking nacional anual. Se houver mais investimento e visibilidade para o esporte agora com a inclusão da escalada em Tóquio 2020, creio que as coisas só tendem a melhorar.
 

Esporte de Fato - No Brasil, qual é a seu local predileto para a escalada esportiva? E no mundo?
 
Thais Makino – No Brasil, ainda preciso conhecer muitos lugares. Mas não importa que lugares que eu conheça, a cidade de São Bento do Sapucaí, em São Paulo, sempre terá um lugar especial para mim. Além de ter uma paisagem incrível, foi onde comecei a escalar na rocha e a considero como uma segunda casa. E é também onde moram muitos amigos e onde tive experiências inesquecíveis com o esporte. Fora do Brasil também preciso conhecer ainda muitos locais. Dos que já tive o privilégio de conhecer, Fontainebleau, na França, é absolutamente marcante. Além de ser uma área maravilhosa e com uma rica história, possui uma formação rochosa única e tem o bônus dos vinhos, queijos, pães...
 

Esporte de Fato - O que achou do modelo da disputa da escalada esportiva dentro das Olimpíadas?
 
Thais Makino – Parece que não farão pódios para cada uma das três modalidades oficiais  – boulder, dificuldade e velocidade. Farão apenas um pódio. Teremos que esperar até 2017 para saber como será realizada a competição dentro das Olimpíadas. Eu particularmente acho injusto retirar qualquer uma das três modalidades das Olimpíadas ou eleger somente uma modalidade para representar a escalada. Apesar de não ser o ideal, creio ser justo premiar os melhores no somatório das três modalidades. Tenho preferência pela modalidade boulder, onde não se usa cordas e a queda é amparada por colchões. As paredes tem até cerca de 5 metros de altura e num ambiente competitivo é necessário que o atleta escale “rotas” de escalada que variam em dificuldade e estilo, tudo isso em um tempo curto.

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